
O MUSEU DO CONFLITO
Mensagem do Senhor Presidente do Tribunal da Relação do Porto,
Exmo. Senhor Dr. José Igreja Matos

Apresento-vos o Museu do Tribunal da Relação do Porto!
Chama-se “Museu do Conflito”.
O nome assertivo e polémico despertou, como se pretendia, um imediato interesse relativamente ao projeto.
Os tribunais apenas existem porque existem conflitos. Estes, por sua vez, são inevitáveis ao longo da existência humana.
O ser humano define-se, no fim de contas, no modo como com eles lida. E aqui alinham-se três possibilidades - não mais do que estas – seja ao nível pessoal, familiar ou mesmo entre regiões ou nações: resolver a discórdia pelo diálogo, em concertação; apelar a uma decisão fundamentada, provinda de um terceiro imparcial - o juiz; ou solução indesejada e terrível, através da violência e da agressão.
Os tribunais afirmam-se, portanto, como uma conquista civilizacional enquanto derradeiro baluarte que impede a irracionalidade da lei do mais forte.
Construído conceptualmente a partir desta ideia base, o Museu do Conflito transmite, ao longo do seu percurso, uma mensagem de paz e tolerância.
Daí que, ao sair, o visitante se depare, num monitor interativo, com a seguinte frase: “Ao sair por esta porta, que o seu passo simbolize um compromisso coletivo para a construção de um mundo mais justo e pacífico.”
O Museu serve, em muito, para exibir o nosso vasto espólio.
É um museu bilingue: apresenta-se em português e inglês. É um museu moderno, dotado de ferramentas tecnológicas que permitem uma comunicação interativa.
Está dividido em três partes: a primeira estruturada a partir da história da cidade do Porto, em diálogo permanente com a história do próprio Tribunal, fundado em 1581, ilustrada através dos magníficos painéis que embelezam o Palácio da Justiça, a nossa sede.
Um segundo espaço assenta, sobretudo, na exibição dos nossos processos emblemáticos – Camilo Castelo Branco, José do Telhado, Urbino de Freitas, a “Bruxa de Soalhães” - apresentados sobre uma perspetiva humanista, a partir da vida vivida destas personagens.
Finalmente, uma última parte que inclui, com honras de parede inteira, o icónico poema de Jorge Luís Borges, “Os Justos”, e que projeta a Justiça de Hoje, expondo princípios como o da separação de poderes ou da independência do poder judicial, e a Justiça do Amanhã, através de conceitos como a inteligência artificial ou o algoritmo, subordinados sempre à consciência humana.
Despeço-me com um convite:
Venham visitar-nos!